BUEIROS
METÁLICOS EXECUTADOS SEM INTERRUPÇÃO DO TRÁFEGO
1. GENERALIDADES
Esta
especificação trata dos procedimentos a serem seguidos na execução de bueiros
metálicos montados sob vários tipos de terrenos naturais, bem como sob aterros
existentes, sem interrupção do tráfego (Método Não Destrutivo).
2. MATERIAIS
2.1. Chapas metálicas corrugadas
galvanizadas
Serão
utilizadas chapas metálicas corrugadas galvanizadas para os casos em que não
sejam previstas condições de utilização agressivas. As chapas serão fornecidas
pelo fabricante acompanhadas dos parafusos e porcas necessárias à montagem, bem
como das ferramentas apropriadas.
2.2. Chapas metálicas corrugadas
revestidas com epoxy
A
utilização de chapas metálicas corrugadas revestidas com epoxy é indicada para
situações em que sejam previstas condições de utilização agressivas, como
aquelas prevalentes em regiões litorâneas, regiões urbanas e na condução de
esgotos sanitários e/ou despejos industriais.
Além
das porcas, parafusos e ferramentas necessárias à montagem, o fabricante deverá
fornecer pincéis e resina epoxy destinados ao retoque de eventuais pontos em
que o revestimento tenha sido danificado durante o transporte ou manuseio das
chapas.
2.3. Material de enchimento
Para
o enchimento dos espaços vazios existentes entre a face externa das chapas
metálicas corrugadas e o solo de aterro será utilizada argamassa fluida
constituída de solo argiloso, cimento e água, obedecendo ao seguinte traço
aproximado, estabelecido para um misturador com capacidade de 250 l:
* Cimento: 13 kg
* Água: 20 l
* Argila peneirada: 250 kg
A
argamassa assim preparada deverá apresentar uma resistência à compressão
simples, aos 28 dias, de no mínimo 1,5 Mpa.
Equipamento de mistura e estoque de chapas
2.4. Material vedante
Caso
se deseje incrementar a estanqueidade do bueiro metálico deverão ser
introduzidas tiras de feltro nas emendas das chapas.
3. EXECUÇÃO
As
etapas executivas a serem atendidas na construção dos bueiros metálicos pelo
Método Não Destrutivo são enumeradas a seguir :
3.1. Investigação do Terreno
Previamente
à execução da obra deverão ser efetuadas sondagens à percussão, objetivando a
determinação do nível do lençol freático e dos resultados de SPT (Standart
Penetration Test). Estes parâmetros se prestarão a orientar a escolha do tipo
de escoramento a ser adotado.
3.2. Abertura de Poços de Ataque
Caso
não seja viável, em função das condições locais, o emboque direto, deverão ser
abertos, em pontos convenientes, poços de ataque de seção circular, escorados
com as mesmas chapas metálicas e diâmetro imediatamente superior ao utilizado
no túnel.
Os
poços de ataque revestidos poderão ser aproveitados como poços de visita
definitivos, caso julgado necessário.
Fotos do poço de inspeção
3.3. Esgotamento
No
fundo do poço de ataque, caso necessário, deverá ser escavado um reservatório
onde se instalará uma bomba d’água elétrica submersa. O reservatório deverá
ficar em cota mais baixa do que a da geratriz inferior do bueiro, recebendo
toda a água de infiltração advinda das paredes do poço de ataque e do próprio
corpo do bueiro. Para favorecer o escoamento da água de infiltração, o bueiro
deverá ser executado no sentido de jusante para montante.
Detalhes das tubulação de ventilação(Branco) e de esgotamento(em azul)
3.4. Implantação
Tendo
sido locado o eixo da obra, será iniciada a escavação manual da frente de
ataque, que poderá se dar a partir do próprio talude de aterro ou de um poço de
ataque.
A
escavação deverá ser feita dentro de um perímetro o mais próximo possível à
circunferência externa do bueiro e com profundidade aproximadamente igual ao
comprimento de cada chapa, em geral 46 cm.
Imediatamente
após a escavação, será executada a montagem do primeiro anel, ajustando-se as
chapas ao terreno e fixando-as uma às outras com os parafusos e porcas
específicas.
Para
o prosseguimento das operações serão repetidas sucessivamente etapas de
escavação e montagem de cada anel.
Depois
de montado o anel novas séries de operações permitem a montagem dos anéis
seguintes e, assim, sucessivamente. Os anéis serão soldarizados nos adjacentes
por parafusos e porcas galvanizados de 16 x 32 mm ou 16 x 38 mm, de acordo com
a bitola, que devem ser distribuídos ao longo dos flanges laterais dos anéis.
As chapas de cada anel serão emendadas por transpasse de parafusos e porcas das
mesmas dimensões, porém com o pescoço quadrado e providos de arruelas de
pressão, que mantém o parafuso no furo também quadrado da chapa, para permitir
que a porca seja apertada pelo lado interno.
3.5. Vedação
Na
eventualidade de se desejar aumentar a estanqueidade do bueiro metálico,
deverão ser introduzidas tiras de feltro nas emendas das chapas.
3.6. Enchimento
Os
espaços vazios existentes entre a face externa dos anéis metálicos e o terreno
natural deverão ser preenchidos a fim de se evitar recalques posteriores. Para
tal, deverá ser utilizado o material fluido de enchimento especificado, o qual
será injetado através de furos com diâmetro de 1 ½” executados em chapas
alternadas. Para a injeção será utilizada bomba de deslocamento positivo, que
permita recalcar a massa fluida com pressão de 1 Mpa. Opcionalmente, e a
exclusivo critério da Fiscalização, o enchimento poderá ser feito, após a
montagem de cada anel, com a utilização de soquetes de madeira especialmente
construídos para este fim.
3.7. Acompanhamento Topográfico
A
declividade e o alinhamento definidos no projeto serão controlados
topograficamente, a cada etapa da montagem.
3.8. Condições Especiais
* Lençol Freático:
A
presença de lençol freático elevado poderá levar à necessidade de soluções
especiais para o seu rebaixamento, como a utilização de drenos sub-horizontais.
Estes serviços especiais serão computados separadamente.
* Solos Inconsistentes:
Caso
ocorram solos de baixa consistência, medidas especiais poderão ser necessárias,
como por exemplo a injeção de aglutinantes no solo envolvente ao bueiro a
executar. O tipo, a quantidade e o processo de injeção serão definidos através
de estudos específicos, e considerados separadamente.
Poderá
ser feito enfilagem tubular injetada com perfuração e aplicação de tubos
metálicos SCH manchetados com injeção de calda de cimento para garantia da
escavação sem que ocorra risco de desmoronamentos causando dano a obra e aos
trabalhadores, o consultor geotécnico habilitado define a segurança da
escavação e a metodologia executiva.
3.9. Bocas de Entrada e Saída
Concluída
a montagem dos anéis de chapas metálicas corrugadas, serão executadas as bocas
de jusante e montante em concreto. Para bueiros metálicos com diâmetro até 160
cm, serão utilizadas as mesmas bocas de saída indicadas para bueiros tubulares
de concreto de diâmetros aproximadamente iguais. Já para bueiros metálicos com
diâmetros superiores a 160 cm, serão adotados as bocas de saídas de bueiros
celulares de concreto. Neste último caso, a boca do bueiro celular será
adaptada para que o muro e testa se ajuste à seção circular do bueiro metálico.
Em
qualquer caso, a extremidade do bueiro metálico será encorada no concreto pela
utilização de 12 (doze) parafusos galvanizados de diâmetro de ¾”, com 6” de
comprimento, dispostos a cada 30º ao longo do perímetro do bueiro.
4. CONTROLE
4.1. Controle Geométrico e de Acabamento
O
controle geométrico consistirá na conferência, por processos topográficos
correntes, do alinhamento, esconsidades, declividades, comprimentos e cotas dos
bueiros executados e respectivas bocas.
As
condições de acabamento serão apreciadas, pela Fiscalização, em bases visuais.
4.2. Controle Tecnológico
O
controle tecnológico do concreto utilizado na bocas será realizado pelo
rompimento de corpos de prova à compressão simples, aos 7 dias de idade, de
acordo com o prescrito na NBR 12655 da ABNT. Para tal deverá ser estabelecido,
previamente, a relação experimental entre as resistências à compressão simples
aos 28 e aos 7 dias.
* As características geométricas previstas tenham
sido obedecidas. Em especial, as deformações de estrutura avaliadas por medidas
internas não devem ser superiores a 5% do diâmetro do tubo;
* A resistência à compressão simples estimada (fck)
est. Do concreto utilizado nas bocas, definida na NBR 12655 da ABNT seja
superior à resistência característica especificada.
Jerica
Retirada do material da escavação
Ventilador
Fonte: https://sites.google.com/site/naresi1968/naresi/31-execucao-de-tunnel-liner
Copiou do catalogo da Armco Staco.
ResponderExcluirFotos de Obra em Natal-RN. Chamado de Túnel Arena das Dunas.
ExcluirE Sim, algumas informações vieram de fabricantes.
https://www.google.com.br/search?q=tunel+de+drenagem+arena+das+dunas&sa=X&espv=2&tbas=0&tbm=isch&tbo=u&source=univ&ved=0ahUKEwj_iqmE9vzSAhUKmJAKHXzeChkQsAQIOw&biw=1366&bih=613
http://www.pontodevistaonline.com.br/tunel-de-macrodrenagem-da-arena-das-dunas-esta-obra-paralisada/
Muito interessante esse artigo sobre a execução de Tunel Linner
ResponderExcluirParabéns !
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