Os
Quebra-mares são obras longitudinais não aderentes, e tem este nome
devido a sua implantação ser paralela a linha da costa e a certa
distância da mesma, portanto, sem ligação. Normalmente são
implantados em locais de profundidades maiores que os espigões, com
a função de proteção da costa. são
elementos concebidos para a proteção da costa travando a
ação das ondas numa determinada área.
Esta proteção
é obtida devido às características destas estruturas, que dissipam
e refletem
a energia das ondas que as atingem . Sendo estas estruturas muito
utilizadas em portos com o objectivo de tirar partido das suas
características e possibilitar
zonas de fraca ondulação, facilitando com isto a amarração de
navios.
Figura:
Quebra-mar instalado na entrada/boca do porto do Recife/PE.
Quebra-mares
destacados
São
elementos singulares ou múltiplos. Estas estruturas não impedem a
ação das ondas incidentes, são consideradas como uma barreira as
ondas para dissipação da sua energia. Tendendo ao acumulado de
material na sombra da obras formando uma saliência chamada de
tômbolo (CECCARELLI, 2009; SOUZA, 2011).
Figura
– Quebra-mar (Olinda/PE)
Figura – Quebra-mar (Olinda/PE)
Figura: Quebra-mar em Alicante, Espanha.
Figura: Quebra-mar em Presque, Pensilvânia, EUA.
De
forma análoga aos Espigões, este tipo de quebra-mar têm a
capacidade de controlar a distribuição de sedimentos ao longo da
costa. Sendo necessário um cuidado maior em relação ao último
quebra mar, o que pode ser solucionado com a criação de seção de
transição, reduzindo gradualmente os quebra-mares e aproximando-os
da costa (SOUZA, 2011). Devendo-se também evitar a formação de
tômbolos muito desenvolvidos, que podem representar problemas
sanitários por criarem barreiras à livre circulação e renovação
da água (Figura x). Estes tômbolos também podem agravar os
processo erosivos à sotamar (SILVA, 2015).
Figura
x : Tâmbolos muito desenvolvidos (Paulista/PE)
Devem-se realizar estudos ambientais, hidrodinâmicos e
paisagísticos antes da implantação dos quebra-mares. Tal estrutura
pode, por vezes, ser imersas na sua totalidade sem a necessidade de
vão entre eles, o que faz com que contribuam para o rebentamento
precoce das ondas, além de permitirem que os sedimentos possam
galgá-las mais facilmente.
Ao serem submersos, desde logo constituem um fator de
risco, tanto para os banhistas como para as embarcações. Esta
solução tem a seu favor a questão da estética paisagística, uma
vez que o quebra-mar não é visível acima da superfície do mar
(SOUZA, 2011).
Figura: Quebra-mar submerso.
Quebra-mares
recife
Os quebra-mares recife (reef breakwaters) são
estruturas submersas paralelas à costa, podendo ser longas ou
curtas, de cristas largas ou estreitas e mais ou menos profundas,
dependendo do projecto em questão (PILARCZK apud SOUZA, 2011). Estas
estruturas tem como objetivo a redução da ação das ondas sobre a
costa, antecipando a sua arrebentação para o local de implantação
da estrutura.
Assim como os quebra-mares destacados, são usualmente
constituídas por enrocamento ou concreto, podendo ainda serem
projetadas para permanecerem imóveis ou remodelarem-se sob a ação
das ondas. Tal como os quebra-mares destacados submersos, podem
acarretar problemas para nadadores e embarcações, por estarem
completamente abaixo da superfície do mar.
Figura: Efeito de um quebra-mar recife e quebra-mar submerso na quebra da energia da onda e na deposição de materiais.
Para saber mais a respeito do efeito do quebra mar
recife...link:
http://homepages.cae.wisc.edu/~chinwu/CEE514_Coastal_Engineering/2008_Students_web/KC/background.html
Desvantagens:
A principal desvantagem do quebra-mar está associada ao
seu custo de construção, que está diretamente relacionado com a
sua localização em relação à praia. Quando posicionado a uma
distância muito grande da costa, aumenta o volume da seção
transversal, além de exigir para sua execução uma ponte provisória
de acesso mais extensa, acarretando um
aumento considerável dos custos (FADURPE, ND).
Referências:
Foto: Norfolk-England
CECCARELLI,
T.S., Paradigmas para os projetos de obras marítimas no contexto das
mudanças climáticas. Dissertação (Mestrado). Escola Politécnica
da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.
FADURPE. Estudo da
dinâmica costeira para redução/ contenção do processo de erosão
da falésia do Cabo Branco e da praia Ponta do Seixas no litoral de
João Pessoa – PB. FADURPE, João Pessoa, 2009.
SILVA,
H.P., Contenção do processo de Erosão Costeira e Estabilização
da Linha de Costa da Praia do Meio, Município de Natal. Projeto
Básico. Prefeitura Municipal de Natal,
Natal, 2015.
SOUZA,
N.M.B., Obras Marítimas de Acostagem: O caso
do Porto de abrigo da ilha do Porto Santo.
Dissertação (Mestrado). Universidade da Madeira, Portugal, 2011.
MOHAN,
R. K., O. MAGOON, O., PIRRELLO, M.,
Advances in
coastal structure design,
American Society of Civil Engineers, New York, 2003.
KAMPHUIS,
J.W., Introduction
to Coastal engineering and Management.,
World Scientific Publishing, Singapore, Vol 16. 2000.
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