Pular para o conteúdo principal

ASPECTOS SOBRE A PRODUÇÃO DA ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO




PRELIMINARES

Tem-se basicamente os seguintes passos para a produção da estrutura:

- recebimento do sistema de fôrmas;

- montagem das fôrmas e armaduras dos pilares;

- recebimento das fôrmas e armaduras dos pilares;

- liberação dos pilares;

- montagem das fôrmas de vigas e lajes;

- liberação das fôrmas de vigas e lajes;

- concretagem dos pilares;

- montagem da armadura de vigas e lajes;

- liberação da armadura de vigas e lajes;

- concretagem de vigas e lajes;

- desforma;

- reinicio do ciclo de execução;



Recebimento do Sistema de Fôrmas

Para o recebimento do sistema de fôrmas, recomenda-se que sejam adotados os seguintes procedimentos:

- definição prévia do local para depósito, o qual deverá estar preparado para recebimento, devendo ser coberto, ou providenciar uma lona para o proteção das fôrmas;

- medir todas as peças;

- verificar o corte das peças (se alinhado, se torto, se ondulado);

- verificar a pintura das bordas do compensado;

- verificar a quantidade de peças e de pregos;

- verificar o espaçamento entre sarrafos (quando o molde da fôrma for estruturado).

Recebidas as fôrmas deverá ter início a sua montagem.




Montagem das Fôrmas dos Pilares

Para a montagem das fôrmas dos pilares são recomendados os seguintes procedimentos:

- a locação dos pilares do 1º pavimento deve ser feita a partir dos eixos definidos na tabeira, devendo-se conferir o posicionamento dos arranques; o posicionamento dos pilares dos demais pavimentos deve tomar como parâmetro os eixos de referência previamente definidos;

- locação do gastalho de pé de pilar, o qual deverá circunscrever os quatro painéis, devendo ser devidamente nivelado e unido. Ë comum que o ponto de referência de nível esteja em pilares junto ao elevador;

- limpeza da armadura de espera do pilar (arranques);

- controle do prumo da fôrma do pilar e da perpendicularidade de suas faces;

- posicionamento das três faces do pilar, nivelando e aprumando cada uma das faces com o auxílio dos aprumadores (escoras inclinadas);

- passar desmoldante nas três faces (quando for utilizado);

- posicionamento da armadura segundo o projeto, com os espaçadores e pastilhas devidamente colocados;

- fechamento da fôrma com a sua 4ª face;

- nivelamento, prumo e escoramento da 4ª face.

Neste momento pode-se concretar os pilares, sem que se tenha executado as fôrmas de vigas e lajes, ou então, preparar as fôrmas de vigas e lajes e concretar o pilar somente depois que estiverem devidamente montadas. Uma ou outra alternativa traz vantagens e desvantagens, devendo-se analisar cada caso com suas especificidade.



Vantagens e desvantagens de se concretar o pilar antes ou depois da execução das fôrmas de vigas e lajes:



VANTAGENS da concretagem do pilar ANTES de executar as demais fôrmas:

- a laje do pavimento de apoio dos pilares (laje inferior) está limpa e é bastante rígida, sendo mais fácil entrar e circular com os equipamentos necessários à concretagem;

- proporciona maior rigidez à estrutura para a montagem das fôrmas seguintes;

- ganha-se cerca de três dias a mais de resistência quando do início da desforma, que correspondem ao tempo de montagem das fôrmas de lajes e vigas.

DESVANTAGENS da concretagem do pilar ANTES de executar as demais fôrmas

- é necessário montagem de andaimes para concretagem;

- geometria e posicionamento do pilar devem receber cuidados específicos, pois se o mesmo ficar 1,0 cm que seja fora de posição, inviabiliza a utilização do jogo de fôrmas.

Para evitar este possível erro há a necessidade de gabaritos para definir corretamente o distanciamento entre pilares, o que implica em investimentos, sendo que nos procedimentos tradicionais dificilmente existem tais gabaritos.

Na sequência de execução que se está propondo neste trabalho, os pilares serão executados posteriormente à montagem das fôrmas de vigas e lajes. Assim, uma vez posicionadas as fôrmas e armaduras do pilar, deve-se fazer o controle de recebimento do pilar montado, podendo-se, na sequência, montar as fôrmas de vigas e lajes.



Controle de Recebimento da Montagem dos Pilares



Para este controle recomenda-se que se façam as seguintes verificações:

- posicionamento do gastalho de pé-de-pilar;

- prumo e nível;

- verificação da firmeza dos gastalhos ou gravatas, dos tensores e aprumadores.



Montagem de Fôrmas de Vigas e Lajes



Recebidos os pilares tem início a montagem das fôrmas de vigas e lajes, recomendando-se que sejam seguidos os procedimentos descritos a seguir:

- montagem dos fundos de viga apoiados sobre os pontaletes, cavaletes ou garfos;

- posicionamento das laterais das vigas;

- posicionamento das galgas, tensores e gravatas das vigas;

- posicionamento das guias e pés-direitos de apoio dos painéis de laje;

- posicionamento dos travessões;

- distribuição dos painéis de laje;

- transferência dos eixos de referência do pavimento inferior;

- fixação dos painéis de laje;

- colocação das escoras das faixas de laje;

- alinhamento das escoras de vigas e lajes;

- nivelamento das vigas e lajes;

- liberação da fôrma para a colocação da armadura (e também colocação de instalações embutidas, que neste trabalho não será abordada).



Controle de Recebimento da Fôrma de Vigas e Lajes



Para a liberação das fôrmas e consequente posicionamento das armaduras, deve-se proceder à verificação do posicionamento das fôrmas, recomendando-se que sejam verificados os pontos listados a seguir:

- encontro viga/pilar (verificar possíveis frestas);

- posicionamento das escoras das vigas;

- posicionamento das laterais das vigas;

- distribuição de travessões e longarinas de apoio da laje;

- conferência dos eixos de referência;

- posicionamento das escoras de lajes;

- localização das "bocas" de pilares e vigas;

- distribuição de painéis - verificar se há sobreposição ou frestas;

- alinhamento e prumo das escoras;

- nivelamento das vigas e lajes;

- limpeza geral da fôrma;

- aplicação de desmoldante quando for utilizado.

Liberadas as fôrmas, pode-se efetuar a concretagem dos pilares.



Procedimentos para a Concretagem dos Pilares



O concreto utilizado para a concretagem do pilar poderá ser produzido na obra ou comprado de alguma central de produção; no entanto, seja qual for a sua procedência, deverá ser devidamente controlado antes de sua aplicação, sendo que os ensaios mais comuns para o controle de recebimento do concreto são o "slump-test" e o controle da resistência à compressão (fck).

Uma vez liberado, o concreto deverá ser transportado para o pavimento em que está ocorrendo a concretagem, o que poderá ser realizado por elevadores de obra e jericas, gruas com caçambas, ou bombeamento.

Quando o transporte ‚ realizado com bomba, o lançamento do concreto no pilar é realizado diretamente, com o auxílio de um funil. Quando o transporte é feito através de caçambas ou jericas, é comum primeiro colocar o concreto sobre uma chapa de compensado junto à "boca" do pilar e, em seguida, lançar o concreto para dentro dele, nas primeiras camadas por meio de um funil, e depois diretamente com pés e enxadas.

O lançamento do concreto no pilar deve ser feito por camadas não superiores a 50cm, devendo-se vibrar cada camada expulsando os vazios. A vibração usualmente‚ realizada com vibrador de agulha.

Terminada a concretagem deve-se limpar o excesso de argamassa que fica aderida ao aço de espera (arranque do pavimento superior) e à fôrma.



Verificação da Concretagem do Pilar



A verificação da concretagem do pilar deve ser feita durante a realização dos serviços, sendo recomendado que:

- seja verificada a operação de vibração, isto ‚é se toda a camada de concreto está sendo vibrada, bem como se está sendo respeitado o tempo de vibração;

- se o lançamento do concreto está sendo feito em camadas que o vibrador possa efetivamente alcançar em toda a sua espessura;

- se os procedimentos para cura da superfície exposta estão sendo observados.

Finalizada a concretagem dos pilares tem início a colocação das armaduras nas fôrmas de vigas e lajes.



Colocação das Armaduras nas Fôrmas de Vigas e Lajes



Considerando-se que as armaduras estejam previamente cortadas e pré-montadas, tendo sido devidamente controlado o seu preparo, tem início o seu posicionamento nas fôrmas, recomendando-se observar os seguintes procedimentos:

- antes de colocar a armadura da viga na fôrma, deve-se colocar as pastilhas de cobrimento;

- posicionar a armadura de encontro viga-pilar (amarração) quando especificada em projeto;

- marcar as posições das armaduras nas lajes;

- montar a armadura na laje com a colocação das pastilhas de cobrimento (fixação da armadura com arame recozido n.º 18);

- chumbar os ferros para definição dos eixos.

Uma vez executada a armadura, deve-se proceder ao controle de recebimento para liberação da laje para a concretagem.



Verificações para liberação da Armadura de Vigas e Lajes



Após executado o serviço e antes da concretagem propriamente dita, o engenheiro residente ou o engenheiro responsável pela execução da estrutura deverá conferi-la, verificando se está em conformidade com o projeto. Esta conferência não deve ser feita por amostragem e sim peça a peça, com os seguintes itens básicos de verificação:

- posicionamento, diâmetro e quantidade de barras;

- espaçamento da armadura de laje;

- espaçamento dos estribos de vigas;

- disposição da armadura dos pilares no transpasse (emenda);

- colocação da armadura especificada no encontro viga-pilar;

- colocação dos caranguejos;

- colocação de pastilhas de cobrimento;

- posicionamento de galgas e mestras;

- limpeza geral das fôrmas.

Liberada a armadura pode ter início a concretagem das vigas e lajes, sendo os procedimentos mais comuns apresentados na sequência.



Procedimentos para a Concretagem das Vigas e Lajes



O concreto utilizado para a concretagem das vigas e lajes poderá ser produzido na obra ou comprado de alguma central de produção; no entanto, seja qual for a sua procedência, deverá ser devidamente controlado antes de sua aplicação, sendo que os ensaios mais comuns para o controle de recebimento do concreto são o "slump-test" e o controle da resistência à compressão (fck).

Uma vez liberado, o concreto deverá ser transportado para o pavimento em que está ocorrendo a concretagem, o que poderá ser realizado por elevadores de obra e jericas, gruas com caçambas, ou bombeamento.

Quando o transporte ‚ realizado com bomba, o lançamento do concreto nas vigas e lajes ‚ realizado diretamente, devendo-se tomar os seguintes cuidados no preparo do equipamento:

- nivelar a bomba;

- travar a tubulação em peças já concretadas (deixar livre a fôrma da laje que está sendo concretada);

- lubrificar a tubulação com argamassa de cimento e areia, não utilizando esta argamassa para a concretagem;

- iniciar o bombeamento.

Quando o transporte ‚ feito através de gruas, utilizando-se caçambas, deve-se limpar devidamente a caçamba de transporte, bem como as jericas, no caso de se utilizar elevador de obra, sendo que neste último caso, será necessário o emprego de PASSARELAS ou CAMINHOS para a passagem das jericas sobre a laje que deverá ser concretada.









Procedimentos Recomendados para Lançamento do Concreto



- lançar o concreto diretamente sobre a laje:

- espalhar o concreto com auxílio de pés e enxadas:

- lançar o concreto na viga com auxílio de pés e enxadas:

- adensamento com vibrador:

* de agulha, ou

* régua vibratória (evita o sarrafeamento);

- sarrafear o concreto;

- colocação das peças de p‚ de pilar que receberão os gastalhos de pé de pilar;

- colocação dos sarrafos para fixação dos aprumadores de pilar;

- retirada das mestras;

- acabamento com desempenadeira;

- início da cura da laje (molhagem) logo que for possível andar sobre o concreto.





Procedimentos para Desforma



Respeitar o tempo de cura para início da desforma, que segundo a norma de execução de estruturas de concreto armado ‚ dado por:

. 3 dias para retirada de fôrmas de faces laterais;

. 7 dias para a retirada de fôrmas de fundo, deixando-se algumas escoras bem encunhadas;

. 21 dias para retirada total do escoramento;

- execução do reescoramento (antes do início da desforma propriamente dita);

- retirada dos painéis com cuidado para não haver queda e danificá-los;

- fazer a limpeza dos painéis;

- efetuar os reparos (manutenção) necessários;

- transportar os painéis para o local de montagem;

- verificar o concreto das peças desformadas.

REINíCIO DO CICLO DE PRODUÇÃO NO PAVIMENTO SEGUINTE

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Blocos de Ancoragens

Durante o transporte de líquidos dentro de uma tubulação aparece empuxos decorrentes deste movimento que tendem a movimentar a tubulação. Para se evitar este movimento e procedida a   utilização de blocos de ancoragem de concreto, é a técnica geralmente mais utilizada para equilibrar os esforços de empuxo hidráulico de uma canalização com bolsas, sob pressão. PRINCÍPIO   Diferentes tipos de blocos de ancoragem podem ser colocados segundo a configuração da canalização, a resistência e a natureza do solo, a presença ou não de lençol freático.  O bloco reage aos esforços de empuxo hidráulico de duas formas: ·          por atrito entre o bloco e o solo (peso do bloco), por reação de apoio da parede da vala (engastamento). Na prática, os blocos de ancoragem são calculados levando em consideração o atrito e a resistência de apoio sobre o terreno.  Quando existem obstáculos ou se a má qualidade dos terrenos impossibilita a construção de blocos de ancoragem, é possível

Estruturas de proteção costeira (parte 02) – Quebra-mar

Os Quebra-mares são obras longitudinais não aderentes, e tem este nome devido a sua implantação ser paralela a linha da costa e a certa distância da mesma, portanto, sem ligação. Normalmente são implantados em locais de profundidades maiores que os espigões, com a função de proteção da costa. são elementos concebidos para a proteção da costa travando a ação das ondas numa determinada área. Esta  proteção é obtida devido às características destas estruturas, que dissipam e refletem a energia das ondas que as atingem . Sendo estas estruturas muito utilizadas em portos com o objectivo de tirar partido das suas características e possibilitar zonas de fraca ondulação, facilitando com isto a amarração de navios .                          Figura: Quebra-mar instalado na entrada/boca do porto do Recife/PE. Quebra-mares destacados São elementos singulares ou múltiplos. Estas estruturas não impedem a ação das ondas incidentes, são consideradas como uma barreira as ondas para dissi

O QUE É UM EMISSÁRIO SUBMARINO?

Num sistema de esgotamento sanitário, muitas vezes os despejos do esgoto são lançados diretamente no mar ou estuários. Para tanto só é realizada a remoção das partículas grosseiras do esgoto (areias, garrafas e partículas solidas). Nas cidades costeiras em todo o mundo, a grande capacidade depuradora dos oceanos, tem feito da disposição oceânica, uma alternativa a ser considerada na concepção dos sistemas de tratamento e disposição final de esgotos. O emissário é uma canalização que transporta os efluentes desde a ETE até seu destino final. É constituído de uma parte terrestre e outra oceânica ficando, esta última, assentada no assoalho marinho onde é ancorada. O comprimento do emissário ou, a distância de lançamento dos despejos, depende de estudos referentes a diluição inicial do esgoto, ás correntes de aproximação da costa, a profundidade do lançamento, maré e regime de ventos. Geralmente eles variam de 1 a 10 km de extensão. O comprimento médio