Pular para o conteúdo principal

Cimento Pozolânico

O cimento pozolânico é constituído de clínquer portland, gipsita (alguns porcentos) e cerca de 10 a 40% de Pozolana.

As pozolanas são materiais naturais ou artificiais finamente divididos que; em contato com hidróxido de cálcio, na presença de umidade, formam compostos aglomerantes, visto que a pozolana por si só não constitui material aglomerante. Estes compostos são análogos aos do cimento portland. As pozolanas naturais mais importantes são as cinzas vulcânicas, não encontradas no Brasil. As principais pozolanas artificiais são as cinzas volantes resultantes da combustão de carvão mineral em usinas termelétricas ou argilas ou folhelhos argilosos ativados por calcinação entre 700ºc e 900ºc. Os dois tipos são utilizados no Brasil.

O cimento pozolânico, devido a reação pozolana com o hidróxido de cálcio liberado durante a hidratação do C2S e C3S, apresenta uma resistência química maior, pois o hidróxido de cálcio facilmente solúvel encontra-se combinado na forma de silicato de cálcio de difícil solubilização.

REAÇÃO POZOLÂNICA

Cimento Portland Pozolana

C3S + H ----------------------> C-S-H

Pozolana + CH + H    ------------------->    C-S-H

O desenvolvimento da resistência nas primeiras idades é menor do que no cimento portland comum, mas a resistência final pode ser maior que a do cimento sem adições. Em consequência dessa reação mais lenta do cimento pozolânico o seu calor de hidratação é menor, como também a temperatura máxima atingida e, também liberado mais lentamente, tornando este cimento muito adequado para a construção de estruturas maciças de concreto, tipo o empregado na construção de barragens, onde a resistência química e o baixo calor de hidratação são muito importantes.

No caso, de existirem agregados capazes de reagir com os álcalis do cimento, na execução de um concreto com tais agregados também pode ser empregado um cimento pozolânico, pois a pozolana irá reagir rapidamente com os álcalis do concreto, impedindo a sua reação com o agregado, cujas consequências são deletérias para o cimento.

Portanto, as principais vantagens no emprego das pozolanas na fabricação do cimento pozolânico são :

a) Economia no custo do cimento;

b) Maior trabalhabilidade;

c) Menor calor de hidratação;

d) Menor permeabilidade e menor segregação do agregado;

e) Maior estabilidade de volume;

f) Maior estabilidade de volume.

Todas essas propriedades vantajosas do cimento pozolânico só existem se o material misturado com o clínquer realmente apresentar atividade pozolânica, isto é, a capacidade de reagir com o hidróxido de cálcio na presença de umidade. Esse fato pode ser facilmente verificado realizando-se o ensaio Fratini* já normatizado.

* NBR – 5753/80 (ABNT MB-1154/77) – Cimento.

Comentários

  1. Adorei o Blog.

    Professor, gostaria de saber mais sobre esse ensaio Fratini. Esse é o nome comum do teste para saber se existe material pozolanico em uma argila?

    Moro em fortaleza-ce e gostaria de saber se existem laboratórios para fazer essa análise.

    O senhor poderia entrar em contato com meu email? rhuanvcsantiago@gmail.com

    agradeço muito

    ResponderExcluir
  2. Professor trabalho com importação e me apareceu uma ótima oportunidade através de um companheiro que está sediado na china. Pretendo importar o cimento 32.5R já ensacado nos padrões nacionais.
    Gostaria de saber qual a diferença deste cimento que vêm no padrão 32.5, 42.5 e 52.5 para o nosso tradicional CP II-Z 32?
    Moro em Recife e gostaria de conhecê-lo para que eu possa me aprofundar no assunto.

    e-mail: turbope@globo.com

    Atenciosamente,

    Thiago Dantas.

    ResponderExcluir
  3. Professor, qual o custo atual da pozolana ou como posso obter essa informação ?

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Blocos de Ancoragens

Durante o transporte de líquidos dentro de uma tubulação aparece empuxos decorrentes deste movimento que tendem a movimentar a tubulação. Para se evitar este movimento e procedida a   utilização de blocos de ancoragem de concreto, é a técnica geralmente mais utilizada para equilibrar os esforços de empuxo hidráulico de uma canalização com bolsas, sob pressão. PRINCÍPIO   Diferentes tipos de blocos de ancoragem podem ser colocados segundo a configuração da canalização, a resistência e a natureza do solo, a presença ou não de lençol freático.  O bloco reage aos esforços de empuxo hidráulico de duas formas: ·          por atrito entre o bloco e o solo (peso do bloco), por reação de apoio da parede da vala (engastamento). Na prática, os blocos de ancoragem são calculados levando em consideração o atrito e a resistência de apoio sobre o terreno.  Quando existem obstáculos ou se a má qualidade dos terrenos impossibilita a construção de blocos de ancoragem, é possível

Estruturas de proteção costeira (parte 02) – Quebra-mar

Os Quebra-mares são obras longitudinais não aderentes, e tem este nome devido a sua implantação ser paralela a linha da costa e a certa distância da mesma, portanto, sem ligação. Normalmente são implantados em locais de profundidades maiores que os espigões, com a função de proteção da costa. são elementos concebidos para a proteção da costa travando a ação das ondas numa determinada área. Esta  proteção é obtida devido às características destas estruturas, que dissipam e refletem a energia das ondas que as atingem . Sendo estas estruturas muito utilizadas em portos com o objectivo de tirar partido das suas características e possibilitar zonas de fraca ondulação, facilitando com isto a amarração de navios .                          Figura: Quebra-mar instalado na entrada/boca do porto do Recife/PE. Quebra-mares destacados São elementos singulares ou múltiplos. Estas estruturas não impedem a ação das ondas incidentes, são consideradas como uma barreira as ondas para dissi

O QUE É UM EMISSÁRIO SUBMARINO?

Num sistema de esgotamento sanitário, muitas vezes os despejos do esgoto são lançados diretamente no mar ou estuários. Para tanto só é realizada a remoção das partículas grosseiras do esgoto (areias, garrafas e partículas solidas). Nas cidades costeiras em todo o mundo, a grande capacidade depuradora dos oceanos, tem feito da disposição oceânica, uma alternativa a ser considerada na concepção dos sistemas de tratamento e disposição final de esgotos. O emissário é uma canalização que transporta os efluentes desde a ETE até seu destino final. É constituído de uma parte terrestre e outra oceânica ficando, esta última, assentada no assoalho marinho onde é ancorada. O comprimento do emissário ou, a distância de lançamento dos despejos, depende de estudos referentes a diluição inicial do esgoto, ás correntes de aproximação da costa, a profundidade do lançamento, maré e regime de ventos. Geralmente eles variam de 1 a 10 km de extensão. O comprimento médio