Num sistema de esgotamento
sanitário, muitas vezes os despejos do esgoto são lançados diretamente no mar
ou estuários. Para tanto só é realizada a remoção das partículas grosseiras do
esgoto (areias, garrafas e partículas solidas).
Nas
cidades costeiras em todo o mundo, a grande capacidade depuradora dos oceanos,
tem feito da disposição oceânica, uma alternativa a ser considerada na
concepção dos sistemas de tratamento e disposição final de esgotos.
O
emissário é uma canalização que transporta os efluentes desde a ETE até seu
destino final. É constituído de uma parte terrestre e outra oceânica ficando,
esta última, assentada no assoalho marinho onde é ancorada.
O
comprimento do emissário ou, a distância de lançamento dos despejos, depende de
estudos referentes a diluição inicial do esgoto, ás correntes de aproximação da
costa, a profundidade do lançamento, maré e regime de ventos. Geralmente eles
variam de 1 a 10 km de extensão.
O
comprimento médio pode ser estimado preliminarmente com a seguinte fórmula,
segundo POMEROY (195-);
N=
KQ2/YX2
Onde:
N=
Número de coliformes por ml, na faixa de banho.
K=0,02
para esgotos não desinfectados.
Q=Vazão
de esgotos (m³/dia)
Y=Profundidade
do mar no local do despejo (m)
X=
Extensão do emissário
Abaixo vemos uma tabela com alguns dos principais emissários no Brasil.
Emissário de Macéio - Alagoas
As Resoluções CONAMA
357/2005 [10], que classifica as águas superficiais do Território Nacional e a
274/2000 [9], que estabelece padrões de balneabilidade, fornecem indicadores
que devem ser observados no projeto de um sistema de disposição de efluentes no
oceano.
Muitos
dos pontos de lançamento eram escolhidos de modo a ficarem bem afastados das
praias habitadas, contudo o tempo passou e muitos desses locais ficaram com
densas concentrações populacionais. Tal foi, por exemplo, o que aconteceu com o
emissário oceênico inaugurado em 1918 no Recife (hoje desativado). O mesmo
também aconteceu em Los Angeles e outras cidades pelo mundo. ( FIGUEIREDO, F.
Lima, 1996)
MATERIAIS
EMPREGADOS:
Diferentes
materiais vêm sendo utilizados na confecção de tubos para emissários submarinos.
Aço, ferro dúctil, concreto, aço revestido e materiais plásticos a base de polipropileno
e polietileno. Propriedades como baixo peso, alta resistência à impactos,
torção e esmagamento, flexibilidade, resistência a abrasão além do fato de
serem quimicamente inertes tem feito do PEAD (Polietileno de alta densidade) uma
opção muito interessante para a confecção dos tubos para uso em emissários. A
solda térmica permite a confecção de uma tubulação inteira com completa
estanqueidade.
Tubos PEAD estocados.
Emissário Instalado no local definitivo
PERTUBAÇÃO
DO EQUILÍBRIO MARINHO
Um dos
exemplos mais conhecidos refere-se aos danos causados nos leitos marinhos da
costa da Califórnia onde se desenvolve uma planta de apreciável valor
comercial, a “Kelpe Gigante”, que é utilizada como fertilizante, como alimento
animal e como fonte de produtos químicos, o desenvolvimento dessa planta foi
ali prejudicado pelos numerosos despejos de esgoto. É interessante pois, uma
das áreas prejudicadas estava a 17km de distância do emissário de esgoto da
cidade de San Diego. (Estudo “
Na investigation of the effects os discharged wastes on Kelps”, California,
1964)
Passeio na floresta de KELPS
Olha quem também esta por lá......
Referências Bibliograficas:
ANTÔNIO,
F. Lima, Problemas de Engenharia Sanitária – 2 ed, Recife, Editora UFPE,
19996
CETESB
2006 - Emissários submarinos: projeto,
avaliação de impacto ambiental e monitoramento. Editores Cláudia Condé
Lamparelli, Jayme Pinto Ortiz; revisão técnica
Cláudia
Condé Lamparelli ... [et al.]. - - São Paulo : SMA, 2006.
SOUZA,
José F. A., et al, Emissários submarinos – uma alternativa para a
disposição final de efluentes em cidades costeiras, FURG - Rio Grande, 20--.
RESOLUÇÃO CONAMA No 274/2005 – Padrões de Balneabilidade para Águas Doces, Salobras e
Salinas em http://www.mma.gov.br/port/conama/legiano.cfm?codlegitipo=3
LEGAL!!!!!!
ResponderExcluirAs empresas de saneamento/governo deveriam investir no tratamento dos efluentes e garantir o lançamento no padrão de Classe II, e só depois seguir para os emissários. Infelizmente só haverá mudanças quando o meio ambiente estiver "podre".
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